NEUROCIÊNCIAS NA WEB
sábado, 11 de abril de 2015
quarta-feira, 8 de abril de 2015
quinta-feira, 2 de abril de 2015
domingo, 29 de março de 2015
Revisão sobre a lesão na substância branca em doenças desmielinizantes-Nature Reviews Neurology
Exploring the origins of grey matter damage in multiple sclerosis
- Massimiliano Calabrese,
- Roberta Magliozzi,
- Olga Ciccarelli,
- Jeroen J. G. Geurts,
- Richard Reynolds
- & Roland Martin
Multiple sclerosis is characterized at the gross pathological level by the presence of widespread focal demyelinating lesions of the myelin-rich white matter. However, it is becoming clear that grey matter is not spared, even during the earliest phases of the disease. Furthermore, grey matter damage may have an important role both in physical and cognitive disability. Grey matter pathology involves both inflammatory and neurodegenerative mechanisms, but the relationship between the two is unclear. Histological, immunological and neuroimaging studies have provided new insight in this rapidly expanding field, and form the basis of the most recent hypotheses on the pathogenesis of grey matter damage.
Revisão Sistemática sobre o tratamento da Neurosífilis
Treatment of SyphilisA Systematic Review
Meredith E. Clement, MD1; N. Lance Okeke, MD1; Charles B. Hicks, MD2
JAMA. 2014;312(18):1905-1917. doi:10.1001/jama.2014.13259.
Importance The incidence of syphilis in the United States is increasing; it is estimated that more than 55 000 new infections will occur in 2014. Treatment regimens are controversial, especially in specific populations, and assessing treatment response based on serology remains a challenge.
Objective To review evidence regarding penicillin and nonpenicillin regimens, implications of the “serofast state,” and treatment of specific populations including those with neurosyphilis or human immunodeficiency virus (HIV) infection and pregnant women.
Evidence Review We searched MEDLINE for English-language human treatment studies dating from January 1965 until July 2014. The American Heart Association classification system was used to rate quality of evidence.
Findings We included 102 articles in our review, consisting of randomized trials, meta-analyses, and cohort studies. Case reports and small series were excluded unless they were the only studies providing evidence for a specific treatment strategy. We included 11 randomized trials. Evidence regarding penicillin and nonpenicillin regimens was reviewed from studies involving 11 102 patients. Data on the treatment of early syphilis support the use of a single intramuscular injection of 2.4 million U of benzathine penicillin G, with studies reporting 90% to 100% treatment success rates. The value of multiple-dose treatment of early syphilis is uncertain, especially in HIV-infected individuals. Less evidence is available regarding therapy for late and late latent syphilis. Following treatment, nontreponemal serologic titers should decline in a stable pattern, but a significant proportion of patients may remain seropositive (the “serofast state”). Serologic response to treatment should be evident by 6 months in early syphilis but is generally slower (12-24 months) for latent syphilis. Evidence defining treatment for HIV-infected persons and for pregnant women is limited, but available data support penicillin as first-line therapy.
Conclusions and Relevance The mainstay of syphilis treatment is parenteral penicillin G despite the relatively modest clinical trial data that support its use.
segunda-feira, 2 de junho de 2014
Proteína amilóide e Alzheimer: novas perspectivas
A doença de Alzheimer
(DA) é caracterizada por perda progressiva da memória e outras funções
cognitivas. Normalmente, uma década ou mais se passa antes que a doença tome
seu curso e os pacientes morram em um estado completamente indefeso. A longa
duração da DA e seu ataque sobre as estruturas frágeis que abrigam a essência
de quem somos geram uma enorme carga emocional e financeira sobre os pacientes,
suas famílias e a sociedade. Estima-se que a doença de Alzheimer tenha custado ao
mundo 604 milhões de dólares só em 2010 (Wimo e Prince, 2010). Estes custos são
surpreendentes, principalmente quando se sabe que o número mundial de casos de
DA, atualmente estimada em 36 milhões, vai triplicar até 2050 (Wimo e Prince,
2010).
A doença de Alzheimer é provavelmente causada por interações complexas
entre múltiplos fatores genéticos, epigenéticos e ambientais. Dentre os fatores
genéticos, acredita-se que mutações levem a agregados patogênicos de uma
proteína denominada β-amiloide, que iniciam uma cascata de eventos moleculares
que culminam na neurodegeneração generalizada.
Uma equipe de investigadores do Centro de Neurociências
e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) mostrou, pela primeira
vez, a localização subcelular (zona da célula) da proteína precursora da
beta-amilóide (APP) que origina a proteína tóxica envolvida no surgimento da
doença de Alzheimer. Os
investigadores do grupo “Neuromodulation” mapearam esta proteína para
identificar a sua distribuição em diferentes regiões das sinapses (ligações
entre os terminais nervosos responsáveis pela transmissão de informação de um
neurônio para outro) e nos diferentes tipos de neurónios, tendo descoberto que
a APP está enriquecida na região pré-sináptica ativa (zona da sinapse onde são
libertados os neurônios transmissores) e nos neurônios glutamatérgicos -
responsáveis pela liberação de glutamato, que garante a “ligação” do sistema
nervoso, isto é, garante que os neurônios se comuniquem entre si.
Os resultados deste estudo, realizado em
modelos animais (ratos) ao longo dos últimos três anos, além de ajudarem a tornar o diagnóstico da doença de
Alzheimer mais claro, permitem desenvolver fármacos mais eficazes na fase
inicial da doença, evitando a clivagem da APP (proteína precursora) para
impedir a formação da proteína tóxica (beta-amilóide) e direcionar as terapias
para o sistema glutamatérgico, sustenta a investigadora do CNC.
Em conclusão, ao descobrir as zonas onde a APP se encontra enriquecida, a equipe respondeu às questões: “Porque é que na doença de Alzheimer existem zonas do cérebro que são particularmente vulneráveis, nomeadamente o hipocampo e o córtex entorrinal?” e “Por que razão uns neurônios são mais afetados do que outros?”.
Em conclusão, ao descobrir as zonas onde a APP se encontra enriquecida, a equipe respondeu às questões: “Porque é que na doença de Alzheimer existem zonas do cérebro que são particularmente vulneráveis, nomeadamente o hipocampo e o córtex entorrinal?” e “Por que razão uns neurônios são mais afetados do que outros?”.
Fontes: site www.cienciahoje.pt/index.php?oid=58479&op=all
Huang Y, Mucke L. Alzheimer Mechanisms and
Therapeutic Strategies. 2013 Mar; 148(6): 1204-1222.
Lesné SE, Sherman MA, Grant M, et al. Brain amyloid-ß oligomers in ageing and Alzheimer's disease. 2013 May; 136(5): 1383-98.
quarta-feira, 14 de maio de 2014
Novas estruturas cerebrais reveladas por pesquisadores brasileiros
Herton Escobar
Adaptado de: O Estado de S. Paulo (13/05/2014)
Cientistas brasileiros podem ter resolvido um mistério de certa forma “fantasmagórico”, que assombra anatomistas e neurocientistas há quase meio século: Como informações são transmitidas de um hemisfério para outro no cérebro de pessoas que nascem sem o corpo caloso?
O corpo caloso, para entender o mistério, é uma estrutura fundamental que conecta os dois hemisférios do cérebro (esquerdo e direito) como uma ponte de cabos neuronais (axônios), através dos quais as informações transitam de um lado para outro do órgão conforme necessário. Essa ponte não chega a ser vital — pois há pessoas que nascem e vivem naturalmente sem ela –, mas é extremamente importante para o funcionamento normal do cérebro.
Pessoas que tiveram o corpo caloso cortado cirurgicamente — algo que se fazia no passado, como tentativa de tratamento para uma série de distúrbios psíquicos e epilepsia — sofrem com uma série de sequelas. Entre elas, a incapacidade de verbalizar o nome de objetos que são tocados com a mão esquerda, porque o reconhecimento tátil do objeto é processado pelo hemisfério direito, mas a fala é controlada primordialmente pelo hemisfério esquerdo, e o sinal não consegue passar de um lado para outro. Ou seja, o paciente segura o objeto e o reconhece com o hemisfério direito, mas não é capaz de dizer seu nome com o hemisfério esquerdo, porque a informação tátil que é gerada de um lado não consegue se conectar com a região de processamento da fala do outro lado.
No final da década de 1960, porém, o neurocientista Roger Sperry descobriu que pessoas que já nascem sem o corpo caloso não têm esse problema: elas podem reconhecer e falar o nome de qualquer objeto, independentemente da mão que estejam usando para segurá-lo. Ótimo! Mas como? Ninguém sabia dizer como um hemisfério se comunicava com o outro na ausência do corpo caloso, e isso ficou conhecido desde então como o “paradoxo de Sperry”.
Agora, pesquisadores brasileiros ligados principalmente ao Instituto D’Or e à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) parecem ter finalmente resolvido esse paradoxo. Eles investigaram o cérebro de pacientes com disgenesia (ausência congênita) do corpo caloso e descobriram que eles possuem duas “pontes” alternativas de cabeamento neuronal, que transferem informações de um hemisfério para outro — restaurando assim, ao menos parcialmente, as funções normalmente executadas pelo corpo caloso. A descoberta foi feita por meio de técnicas avançadas de imageamento (ressonância magnética funcional e imagem do tensor de difusão). Ninguém teve seu cérebro cortado para isso.
Fig. 1. DTI deterministic tractography shows anomalous interhemispheric
connections via posterior (PC) and anterior (AC) commissures in CD. (A and B)
DTI-tractography on T1 sagittal/parasagittal plane (Left), and on coronal or
sagittal color-coded FA maps (Right), showing the interhemispheric midbrain
bundle (A) and the interhemispheric ventral forebrain bundle (B) in yellow.
(Ilustraçao retirada do artigo original)
Rotas alternativas. Esses feixes não existem nas pessoas normais, segundo a pesquisadora Fernanda Tovar-Moll, que assina o trabalho como primeira autora na edição desta semana da revistaPNAS (link para o estudo: http://migre.me/jaHEV). “São vias alternativas que se formam no cérebro desses pacientes para compensar a ausência do corpo caloso”, disse ela ao Estado.
A exemplo do corpo caloso, essas vias alternativas são construídas de aglomerados de axônios, mas não foi possível estimar quantas “fibras” estão presentes em cada feixe (o corpo caloso tem aproximadamente 200 milhões de axônios). “Para calcular isso seria preciso fazer uma análise do cérebro pós-morte”, explica Fernanda. A espessura dos feixes, segundo ela, varia de um paciente para outro, mas eles têm mais ou menos “o calibre de uma caneta”. Ou seja, são estruturas robustas, que poderiam ser facilmente dissecadas com um bisturi.
Seja qual for o número de axônios dentro deles, a funcionalidade dos feixes foi comprovada pelos testes de reconhecimento tátil de objetos, nos quais os pacientes sem corpo caloso se saíram tão bem quanto os indivíduos sadios (controle), segundo o estudo.
Foram avaliados seis pacientes com disgenesia do corpo caloso, de ambos os sexos, com idades entre 6 e 33 anos. Todos tinham os dois feixes alternativos no cérebro, aparentemente desde o nascimento. Os cientistas especulam que os feixes sejam formados ainda nos estágios iniciais do desenvolvimento embrionário, quando a plasticidade anatômica do cérebro ainda é bastante alta, como forma de compensar a ausência do corpo caloso.
O que não significa, necessariamente, que o problema esteja resolvido desde o início. As manifestações clínicas da ausência do corpo caloso nos adultos variam muito: desde casos de retardo mental severo até casos aparentemente assintomáticos. “Tem gente que não sabe de nada, vai fazer uma ressonância por causa de uma dor de cabeça e descobre que não tem corpo caloso”, relata Fernanda. “Os efeitos são extremamente variáveis.” E os cientistas não sabem explicar porquê.
domingo, 11 de maio de 2014
Cinema e Neurociências
Augustine
Amour
Tempo de Despertar
Ano: 1990
Direção: Penny Marshall
Gênero: Drama
Origem: EUA
Tempo de Duração: 120 minutos
Atores: Robert De Niro, Robin Williams, John Heard, Julie Kavner, Penelope Ann Miller, Max Von Sydow
Bronx, 1969. Malcolm Sayer (Robin Williams) é um neurologista que conseguiu emprego em um hospital psiquiátrico. Lá ele encontra vários pacientes que aparentemente estão catatônicos, mas Sayer sente que eles estão só "adormecidos" e que se forem medicados da maneira certa poderão ser despertados. Assim pesquisa bem o assunto e chega à conclusão de que a L-DOPA, uma nova droga que já estava sendo usada para pacientes com o Mal de Parkinson, deve ser o medicamento ideal para este casos. No entanto, ao levar o assunto para o diretor, ele autoriza que apenas um paciente seja submetido ao tratamento. Imediatamente Sayer escolhe Leonard Lowe (Robert De Niro), que há décadas estava "adormecido". Gradualmente Lowe se recupera e isto encoraja Sayer em administrar L-DOPA nos outros pacientes, sob sua supervisão. Logo os pacientes mostram sinais de melhora e também mostram-se ansiosos em recuperar o tempo perdido. Mas, infelizmente, Lowe começa a apresentar estranhos e perigosos efeitos colaterais.
O Escafandro e a Borboleta
Jean-Dominique Bauby (Mathieu Amalric) tem 43 anos, é editor da revista Elle e um apaixonado pela vida. Mas, subitamente, tem um derrame cerebral. Vinte dias depois, ele acorda. Ainda está lúcido, mas sofre de uma rara paralisia: o único movimento que lhe resta no corpo é o do olho esquerdo. Bauby se recusa a aceitar seu destino. Aprende a se comunicar piscando letras do alfabeto, e forma palavras, frases e até parágrafos. Cria um mundo próprio, contando com aquilo que não se paralisou: sua imaginação e sua memória.
- Título Original: Augustine
- País de Origem: França
- Gênero: Drama, Filmes 2012
- Duração: 102 Minutos
- Ano de Lançamento: 2012
Amour
- Nome Original: Amour
- Ano: 2012
- Duração: 127 min
- País: Áustria/França/Alemanha
- Classificação: 14 anos
- Gênero: Drama
Tempo de Despertar
Ano: 1990
Direção: Penny Marshall
Gênero: Drama
Origem: EUA
Tempo de Duração: 120 minutos
Atores: Robert De Niro, Robin Williams, John Heard, Julie Kavner, Penelope Ann Miller, Max Von Sydow
Bronx, 1969. Malcolm Sayer (Robin Williams) é um neurologista que conseguiu emprego em um hospital psiquiátrico. Lá ele encontra vários pacientes que aparentemente estão catatônicos, mas Sayer sente que eles estão só "adormecidos" e que se forem medicados da maneira certa poderão ser despertados. Assim pesquisa bem o assunto e chega à conclusão de que a L-DOPA, uma nova droga que já estava sendo usada para pacientes com o Mal de Parkinson, deve ser o medicamento ideal para este casos. No entanto, ao levar o assunto para o diretor, ele autoriza que apenas um paciente seja submetido ao tratamento. Imediatamente Sayer escolhe Leonard Lowe (Robert De Niro), que há décadas estava "adormecido". Gradualmente Lowe se recupera e isto encoraja Sayer em administrar L-DOPA nos outros pacientes, sob sua supervisão. Logo os pacientes mostram sinais de melhora e também mostram-se ansiosos em recuperar o tempo perdido. Mas, infelizmente, Lowe começa a apresentar estranhos e perigosos efeitos colaterais.
O Escafandro e a Borboleta
- Direção: Julian Schnabel
- Elenco: Mathieu Amalric
- Nome Original: Le Scaphandre et Le Papillon
- Ano: 2007
- Duração: 112 min
- País: FRA/EUA
- Classificação: 10 anos
- Gênero:Drama
Jean-Dominique Bauby (Mathieu Amalric) tem 43 anos, é editor da revista Elle e um apaixonado pela vida. Mas, subitamente, tem um derrame cerebral. Vinte dias depois, ele acorda. Ainda está lúcido, mas sofre de uma rara paralisia: o único movimento que lhe resta no corpo é o do olho esquerdo. Bauby se recusa a aceitar seu destino. Aprende a se comunicar piscando letras do alfabeto, e forma palavras, frases e até parágrafos. Cria um mundo próprio, contando com aquilo que não se paralisou: sua imaginação e sua memória.
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