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segunda-feira, 2 de junho de 2014
Proteína amilóide e Alzheimer: novas perspectivas
A doença de Alzheimer
(DA) é caracterizada por perda progressiva da memória e outras funções
cognitivas. Normalmente, uma década ou mais se passa antes que a doença tome
seu curso e os pacientes morram em um estado completamente indefeso. A longa
duração da DA e seu ataque sobre as estruturas frágeis que abrigam a essência
de quem somos geram uma enorme carga emocional e financeira sobre os pacientes,
suas famílias e a sociedade. Estima-se que a doença de Alzheimer tenha custado ao
mundo 604 milhões de dólares só em 2010 (Wimo e Prince, 2010). Estes custos são
surpreendentes, principalmente quando se sabe que o número mundial de casos de
DA, atualmente estimada em 36 milhões, vai triplicar até 2050 (Wimo e Prince,
2010).
A doença de Alzheimer é provavelmente causada por interações complexas
entre múltiplos fatores genéticos, epigenéticos e ambientais. Dentre os fatores
genéticos, acredita-se que mutações levem a agregados patogênicos de uma
proteína denominada β-amiloide, que iniciam uma cascata de eventos moleculares
que culminam na neurodegeneração generalizada.
Uma equipe de investigadores do Centro de Neurociências
e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) mostrou, pela primeira
vez, a localização subcelular (zona da célula) da proteína precursora da
beta-amilóide (APP) que origina a proteína tóxica envolvida no surgimento da
doença de Alzheimer. Os
investigadores do grupo “Neuromodulation” mapearam esta proteína para
identificar a sua distribuição em diferentes regiões das sinapses (ligações
entre os terminais nervosos responsáveis pela transmissão de informação de um
neurônio para outro) e nos diferentes tipos de neurónios, tendo descoberto que
a APP está enriquecida na região pré-sináptica ativa (zona da sinapse onde são
libertados os neurônios transmissores) e nos neurônios glutamatérgicos -
responsáveis pela liberação de glutamato, que garante a “ligação” do sistema
nervoso, isto é, garante que os neurônios se comuniquem entre si.
Os resultados deste estudo, realizado em
modelos animais (ratos) ao longo dos últimos três anos, além de ajudarem a tornar o diagnóstico da doença de
Alzheimer mais claro, permitem desenvolver fármacos mais eficazes na fase
inicial da doença, evitando a clivagem da APP (proteína precursora) para
impedir a formação da proteína tóxica (beta-amilóide) e direcionar as terapias
para o sistema glutamatérgico, sustenta a investigadora do CNC.
Em conclusão, ao descobrir as zonas onde a APP se encontra enriquecida, a equipe respondeu às questões: “Porque é que na doença de Alzheimer existem zonas do cérebro que são particularmente vulneráveis, nomeadamente o hipocampo e o córtex entorrinal?” e “Por que razão uns neurônios são mais afetados do que outros?”.
Em conclusão, ao descobrir as zonas onde a APP se encontra enriquecida, a equipe respondeu às questões: “Porque é que na doença de Alzheimer existem zonas do cérebro que são particularmente vulneráveis, nomeadamente o hipocampo e o córtex entorrinal?” e “Por que razão uns neurônios são mais afetados do que outros?”.
Fontes: site www.cienciahoje.pt/index.php?oid=58479&op=all
Huang Y, Mucke L. Alzheimer Mechanisms and
Therapeutic Strategies. 2013 Mar; 148(6): 1204-1222.
Lesné SE, Sherman MA, Grant M, et al. Brain amyloid-ß oligomers in ageing and Alzheimer's disease. 2013 May; 136(5): 1383-98.
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