terça-feira, 18 de setembro de 2012

Pesquisadores identificam enzima que pode combater Alzheimer

Pesquisadores da Clínica Mayo, na Flórida, identificaram uma enzima que pode ajudar a combater o Alzheimer. A substância, conhecida como BACE2, é capaz de destruir os beta-amiloides, pedaços de proteína presentes no cérebro dos pacientes. A descoberta foi publicada, nesta segunda-feira, na versão on-line da revista Molecular Neurodegeneration.

O Alzheimer é a maior causa de demência em todo o mundo, e ainda não tem nenhum método efetivo de tratamento. A hipótese mais aceita sobre suas causas envolve uma proteína chamada APP, que é quebrada por enzimas do corpo e produz os beta-amiloides. Eles se acumulam como placas no cérebro dos pacientes, danificando as células locais. 
Os pesquisadores da Mayo Clinic testaram 352 enzimas presentes no corpo humano, tentando diminuir os níveis de beta-amiloides. Entre todas as testadas, a BACE2 foi a que conseguiu reduzir esses níveis com mais efetividade. O resultado surpreendeu os cientistas, uma vez que a BACE2 é muito semelhante à BACE1, enzima envolvida justamente na produção dos beta-amiloides. "Apesar da similaridade, as duas enzimas têm efeitos completamente opostos", diz Malcolm A. Leissring, neurocientista da Clínica Mayo e um dos autores do estudo.
Mecanismo - Para se transformar em beta-amiloides, a APP precisa ser cortada em dois pontos diferentes pelas enzimas do corpo humano. A BACE1 é a enzima responsável por fazer o primeiro desses cortes. Trabalhos anteriores já haviam mostrado que a BACE2 poderia atrapalhar esse processo, cortando a APP em pontos diferentes e prevenindo a formação dos beta-amiloides. No entanto, esse processo, embora eficiente na prevenção, não parecia funcionar no combate à doença.
O que a nova pesquisa mostra é que a BACE2 é capaz também de cortar os beta-amiloides já existentes em pedaços menores, destruindo a molécula. A pesquisa encontrou outras enzimas capazes de fazer o mesmo, mas nenhuma com eficiência parecida.  "O fato de a BACE2 diminuir os beta-amiloides por dois mecanismos distintos faz dela uma candidata especialmente interessante para a terapia genética para tratar o Alzheimer", diz a neurocientista Samer Abdul-Hay, uma das autoras do estudo.
A pesquisa sugere que níveis menores de BACE2 no corpo humano podem aumentar o risco de Alzheimer. Agora, os pesquisadores pretendem estudar se o bloqueio da ação da enzima pode aumentar o risco da doença em ratos.
Fonte: Revista Veja 18/09/2012

Resumo do artigo original publicado em setembro na Molecular Neurodegeneration
Research article


Samer O Abdul-Hay, Tomoko Sahara, Melinda McBride, Dongcheul Kang and Malcolm A LeissringIdentification of BACE2 as an avid SZ-amyloiddegrading protease

Background

Proteases that degrade the amyloid SZ-protein (ASZ) have emerged as key players in the etiology and potential treatment of Alzheimer's disease (AD), but it is unlikely that all such proteases have been discovered. To discover new ASZ-degrading proteases (ASZDPs), we conducted an unbiased, genome-scale, functional cDNA screen designed to identify proteases capable of lowering net ASZ levels produced by cells, which were subsequently characterized for ASZ-degrading activity using an array of downstream assays.

Results

The top hit emerging from the screen was SZ-site amyloid precursor protein-cleaving enzyme 2 (BACE2), a rather unexpected finding given the well-established role of its close homolog, BACE1, in the production of ASZ. BACE2 is known to be capable of lowering ASZ levels via non-amyloidogenic processing of APP. However, in vitro, BACE2 was also found to be a particularly avid ASZDP, with a catalytic efficiency exceeding all known ASZDPs except insulin-degrading enzyme (IDE). BACE1 was also found to degrade ASZ, albeit ~150-fold less efficiently than BACE2. ASZ is cleaved by BACE2 at three peptide bonds--Phe19-Phe20, Phe20-Ala21, and Leu34-Met35--with the latter cleavage site being the initial and principal one. BACE2 overexpression in cultured cells was found to lower net ASZ levels to a greater extent than multiple, well-established ASZDPs, including neprilysin (NEP) and endothelinconverting enzyme-1 (ECE1), while showing comparable effectiveness to IDE.

Conclusions

This study identifies a new functional role for BACE2 as a potent ASZDP. Based on its high catalytic efficiency, its ability to degrade ASZ intracellularly, and other characteristics, BACE2 represents a particulary strong therapeutic candidate for the treatment or prevention of AD.

B



domingo, 16 de setembro de 2012

POLÍTICAS PARA O AVC


Jornal do Brasil/Vanderson Carvalho Neri*
O Acidente Vascular Cerebral (AVC como é conhecido popularmente), é a principal doença primária, em números absolutos, que atinge o sistema nervoso central em nosso país, só perdendo para os traumatismos, que são consideradas causas secundárias de lesão. Trata-se de uma doença de alta prevalência, que atualmente deixou de ser uma enfermidade preferencial da população idosa e vem acometendo em maior número também indivíduos jovens, que anteriormente estavam fora da faixa de riscos para essa condição.
Primeira causa de morte e incapacidade por doença crônica no Brasil, o AVC constitui ainda hoje um problema de saúde pública nacional porque vem atingindo, sobretudo, uma parcela economicamente ativa da sociedade. Devido à sua magnitude de acometimento em todas as classes sociais e com uma incidência crescente com o passar dos anos, a doença também é uma questão econômica importante, pois contribui com um enorme déficit da previdência social, que tem que custear proventos para essa classe laboralmente acometida.
Em recente divulgação do Ministério da Saúde para o tratamento do AVC, foi instituído que será ampliada a distribuição de medicamentos e o atendimento a pacientes que se tratam pelo Sistema Único de Saúde, o SUS. Essas políticas foram divulgados durante as atividades do Dia Mundial do AVC, lembrado sempre no dia 29 de outubro em todo o mundo, e com previsão de ocorrer a partir desse ano, cujo objetivo é amenizar o impacto e os danos da doença em nossa população.
A proposta do governo para abordar esse dilema é aumentar os leitos hospitalares, sobretudo os de UTIs, criar novos centros de referência e amplificar a distribuição de medicamentos específicos, os chamados trombolíticos, que “dissolvem” o coágulo, quando a causa é por uma isquemia cerebral; esse medicamento quando utilizado a tempo, pode evitar sequelas e a até a morte do paciente.
Essas iniciativas, apesar de muito importantes, não serão suficientes para barrar o avanço da doença, que vem seqüelando pessoas de uma ampla faixa etária e em todas as regiões do país, em uma curva ascendente de progressão. Novos leitos hospitalares, fornecimento de recursos diagnósticos e medicamentos e atendimento domiciliar, que devem custar 440 milhões de reais aos cofres públicos, como prevêem as novas propostas, são importantes para implementar as esferas secundária e terciária do atendimento público e essenciais para o diagnóstico complementar e tratamento, mas de lesões já instaladas e para o seguimento de indivíduos já doentes.
Mas é preciso mais. Deve-se investir também, e prioritariamente, no processo de prevenção primária: no controle da hipertensão arterial, do diabetes, no combate à obesidade, ao tabagismo e implementar programas de alimentação saudável e atividade física, daí a importância dos programas de saúde da família e das ações de prevenção e promoção de saúde. Essas políticas são essenciais haja vista o poder de destruição da hipertensão arterial e do diabetes, por exemplo, doenças silenciosas, muito comuns, que são muitas vezes mal diagnosticadas e que nesse caso, fornecem subsídios para complicações secundárias, como o próprio AVC ou outras doenças tão graves como o infarto do miocárdio. O envelhecimento saudável também deve passar por essas ações, já que nossa sociedade envelhece a passos largos e isso é um fator agravante e, se não for bem conduzido, contribui para a amplificação dos efeitos da doença.
Educar e orientar a população parece ser a via mais fácil e barata para combater essa epidemia de pacientes “sequelados” pelo AVC. Para reduzir de fato o impacto da doença em nossa sociedade é preciso ter em mente que prevenir ainda é melhor do que paliar ou remediar.
*Vanderson Carvalho Neri é médico neurologista

Olho Biônico


Um "olho biônico" que permite ver a claridade devolveu a um homem, cuja visão foi se apagando lentamente nos últimos 30 anos, a esperança de ver algum dia o rosto de seu neto. Elias Konstantopoulos, um eletricista nascido na Grécia e que emigrou para os Estados Unidos quando era jovem, percebeu aos 43 anos que tinha problemas de vista e quando consultou o oculista descobriu que sua visão periférica estava se deteriorando.
Diagnosticado com uma doença incurável conhecida por retinite pigmentosa, que afeta uma em cada três mil pessoas nos Estados Unidos, dez anos depois Elias já não exergava o suficiente para seguir trabalhando.
Em 2009, quando foi perguntado pelo médico se queria participar de uma pesquisa que incluía a aplicação de eletrodos em seu olho e uma câmera sem fios, Elias Konstantopoulos aceitou imediatamente.
Agora, quando está diante da janela e escuta o barulho de um carro passando, Elias é capaz de perceber o movimento de um bloco de luz. Também pode distinguir objetos luminosos coloridos contra fundos negros, se deslocar sem ajuda por sua casa e distinguir se uma porta ou janela estão abertas.
O "olho biônico", chamado de Argus II, é fabricado pela empresa californiana Second Sight. Recentemente aprovado na Europa e nos Estados Unidos, é a esperança para pacientes como Konstantopoulos.
"Sem este sistema, não posso ver nada; mas com ele existe alguma esperança", disse. O Argus II é parte de uma área de conhecimento cada vez mais ampla chamada de neuromodulação, que ajuda as pessoas a recuperar capacidades perdidas como a visão, a audição ou o movimento por estimulação do cérebro, coluna vertebral e nervos.
Fonte: site neuroengenharia.com
Protótipo do olho biônico, que pode auxiliar os cegos a enxergar.

Cego volta a enxergar após ter chip implantado no olho


Cientistas da Alemanha implantaram um chip atrás de uma das retinas de um homem finlandês e este afirma ter voltado a enxergar. Mikka Terho, que sofre de uma rara doença hereditária chamada retinite pigmentosa, começou a ficar cego durante a sua adolescência.

O chip é um apenas um protótipo que fornece avisos visuais, mas os pesquisadores estão tão entusiasmados com os resultados que já pensam em realizar testes no Reino Unido. O comitê de ética britânico aprovou testes com 12 pessoas no país, que serão realizados em Oxford e em Londres.
Essa não é a primeira vez que chips são usados para recuperar a visão. Em outros experimentos, uma câmera montada em óculos envia informações para chips implantados na retina. Porém, o experimento com o chip alemão promete usar os olhos dos próprios cegos para fazê-los enxergar novamente.

Fonte: neuroengenharia.com
BBC Brasil